Hebreus 10.19-25: O CAMINHO EXCELENTE (notas)

O CAMINHO EXCELENTE
Hebreus 10.19-25

1.O CAMINHO
1.1. Novo e vivo (verso 20).
Não é um caminho velho, mas novo, no sentido que propõe o que nenhuma religião até então propôs: acesso direto a Deus, sem o mérito humano e sem intermediação. Em Israel, até então, o caminho para Deus era pavimentado pela lei, com um sistema sacrificial que substituía o esforço humano, afirmando-o.

Não é um caminho morto, mas vivo, no sentido que conduz à vida plena, vida radicalmente diferente daquela que levamos. Nossos caminhos conduzem à morte, porque são enganosos.

1.2. Feito com sangue (verso 19). Com o próprio sangue. As religiões em geral têm sistemas nos sacrificiais, nos quais um animal morre pelo pecado de outrem. São animais inocentes. Jesus Cristo se oferece para ser o animal do sacrifício. Ele leva sobre si a culpa. Ele sabe porque está morrendo, diferentemente dos animais sacrificados. Este é, portanto, um sacrifício vivo.

1.3. Por entre o véu (verso 20). Toda a separação foi vencida. O pecado edificou um muro entre o homem e Deus. São muros de vergonha, como foi o de Berlim no passado recente e o de Israel no presente. São muros de tristeza. São muros de saudade de um tempo em que Deus e o homem dialogavam. O autor de Hebreus chama de véu a este muro. Toda vez que o homem tentava acessar a Deus seu esforço batia no muro. Jesus, então, fez um furo no muro. E ele o fez com sua carne (seu corpo, seu sangue, sua vida), abrindo um buraco, um buraco imenso, por onde podemos entrar.

1.4. Pelo Sumo-Sacerdote Jesus Cristo (verso 21). O sistema hebraico era composto por um santuário, no qual havia um lugar santíssimo. Uma vez por ano, o sumo-sacerdote entrava num lugar santíssimo para oferecer sacrifícios especiais. A entrada era cercada de cuidados cerimoniais. Uma pessoa comum não podia entrar neste lugar. Jesus quebrou este sistema. O autor de Hebreus chama a Jesus de Sumo-Sacerdote, mas Sumo-Sacerdote livre para entrar e sair do lugar santíssimo.

2. O SIGNIFICADO DO CAMINHO

Este caminho oferece:

2.1. Acesso a Deus com confiança (verso 19). Nosso pecado não nos condena mais. Não precisamos viver encurvados pelo peso da culpa. Em Cristo, “temos ousadia e acesso em confiança, pela nossa fé nele” (Efésios 3.12). Ousadia significa liberdade para irmos a Deus. Em Cristo não há lugar para o medo.

2.2. Anulação de nossa culpa (verso 22). Este é o sentido do batismo. Graças a Jesus nossos corações são “aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada”, e “nossos corpos” são “lavados com água pura”.

2.3. Liberação do sacrifício. Não temos que fazer a mesma caminhada de Cristo. As religiões falam de caminhos que um fiel precisa fazer para ser abençoado. Um muçulmanos, por exemplo, deve fazer o caminho até Meca pelo menos uma vez na vida. Uma tradição mística fala da necessidade de se fazer o caminho de Sãntiago de Compostela. Um brasileiro contou como fez o caminho e ficou muito rico. Há outros que propõem que precisamos fazer o mesmo caminho que Cristo fez até o Gólgota.
Graças a Deus, no entanto, estamos liberados de todos estes sacrifícios. Jesus o fez por nós.

2.4. Fim do mistério. Jesus veio aplainar o caminho. Caminho aplainado, podemos seguir por Ele em direção ao Pai. O quebra-cabeças desarrumado ficou arrumado. Os pontos do caminho à saída do labirinto foram trilhados por Ele. A vida tem sentido. Sem Cristo, qualquer experiência religiosa fica inacabada. (Capa do livro DIA A DIA)

3. A NOSSA CAMINHADA
Sendo assim, aproximemo-nos de Deus com um coração sincero e com plena convicção de fé, tendo os corações aspergidos para nos purificar de uma consciência culpada, e tendo os nossos corpos lavados com água pura.
Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel.
3.1. Sinceridade de coração (verso 22). Sendo assim, aproximemo-nos de Deus com um coração sincero. Não ausência de pecado, mas desejo de não viver sob o domínio do pecado.

3.2. Certeza de fé (verso 22). Sendo assim, aproximemo-nos de Deus (…) com plena convicção de fé. Fé em Cristo como Salvador, como aquele que fez o buraco no muro da separação.

3.3. Firmeza de esperança (verso 23). Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois aquele que prometeu é fiel. Contemplar a realidade do céu, mas contemplar a realidade da vida com Jesus Cristo presente e fiel.

3.4. Compromisso com a igreja (versos 24-25). E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia.

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