Números 11: O BRAÇO CURTO DE DEUS (esboço)

O BRAÇO CURTO DE DEUS (esboço)

Números 11

Pregado na IB Itacuruçá, em 06/02/2000 – noite

1. INTRODUÇÃO
O texto retrata cada um de nós fora da hipocrisia. Esta virtude, porém, não foi suficiente para esconder outros defeitos.

2. EXPOSIÇÃO DO TEXTO
Em sua viagem a Canaã, o povo de Israel passou a maior parte da peregrinação circulando pelos desertos.
Era passado muito tempo, talvez uns 20 anos desde que o povo fora retirado espetacularmente do Egito.
1. Neste episódio, o povo se queixa do seu destino, e Deus ouve a sua oração (v. 1).

2. Depois, o povo ora ao Senhor e Deus o atende (vv. 2 e 3).

3. A seguir, o povo se queixa contra o seu presente, presente de povo livre, e exalta o mal no passado, transformando-o em bem (vv. 4-9).

4. Mais tarde, o povo se queixa e contamina o seu líder, que pretende renunciar sua função e mesmo morrer (vv. 10-15). Deus responde ao líder, ensinando-o a como viver (vv. 16-17).

5. Para confirmar seu próprio caráter, Deus promete duas coisas de difícil cumprimento:
a) carne para todos, para todos os 600 mil (ou três milhões) peregrinos que Moisés conduzia (vv. 18-20);
b) poder para conduzir o mesmo povo (v. 17).

6. Moisés duvida de que a promessa material (alimento para o povo) possa ser cumprida (vv. 21-22), como Sara duvidou que lhe nasceria um filho.

7. Deus primeiramente confirma (realiza) sua promessa espiritual, ungindo 70 pessoas para ajudar Moisés na liderança do povo (v. 23).

8. Deus em seguida ensina ao povo, por meio de Moisés, a como viver (vv. 26-30).

9. Deus, então, confirma (realiza) sua promessa material, mandando codornas para alimentar o povo (vv. 31-32).

10. A história termina como um travo amargo de fel: a carne estragava na boca (vv. 33-34).

3. APLICAÇÃO
A percepção principal desta história é que o povo errou, ao imaginar um Deus cujo braço se tornara curto.
A Bíblia está cheia de imagens sobre o braço longo (ou mais estendidas) de Deus, numa indicação da majestade do seu poder. O povo de Israel constantemente era recordado disto.

Ex. 6.6 — Portanto dize aos filhos de Israel: Eu sou Jeová; eu vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, livrar-vos-ei da sua servidão, e vos resgatarei com braço estendido e com grandes juízos.

Dt 4.34 — Ou se Deus intentou ir tomar para si uma nação do meio de outra nação, por meio de provas, de sinais, de maravilhas, de peleja, de mão poderosa, de braço estendido, bem como de grandes espantos, segundo tudo quanto fez a teu favor o Senhor teu Deus, no Egito, diante dos teus olhos?

Dt 5.15a — Lembra-te de que foste servo na terra do Egito, e que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido.

Dt 9.29 — Todavia são eles o teu povo, a sua herança, que tiraste com a sua grande força e com o teu braço estendido.

Em outras palavras, o povo de Israel sentia que Deus tinha mudado. Seu longo braço se tornara curto; sua mão poderosa se enfraquecera. Foi isso que irritou profundamente a Deus. Não lhe irritou a falta de fé; aborreceu-o ser tido como alguém que mudara para pior.

Podemos desenvolver a mesma teologia do deserto, especialmente quando estamos num.
Por isto, é preciso que nos lembremos de algumas verdades, que este texto nos ensina.

1. A impressão que o braço de Deus é curto decorre de nossa fraca memória.
Tendemos a esquecer o que Deus já fez por nós. Parece que o passado não conta, nem nos ensina.
Parecemos crianças/juniores/adolescentes. Seus pais lhes compram 10 itens novos; seus brilham. Seus pais se recusam a comprar 1 item; sua face se fecha; seus pais não gostam mais deles.

2. A impressão que Deus já nos socorre mais deriva do fato de O querermos aprisionar.
Os dois profetas que ficaram no arraial agiam fora dos padrões previstos. O povo queria que fossem proibidos de profetizar. A resposta de Moisés é fantástica: “Bom seria que todo o povo, e não apenas eles dois, profetizasse!
Por vezes, queremos dizer como Deus deve agir conosco. Se fizer diferente, não aceitamos e passamos até a achar que Ele não se importa mais conosco.

3. A impressão que Deus não nos atende é filha de desejos inadequados.
O que desejava Israel? Comer carne? Não. Israel queria reviver o passado; queria consumir o deus do passado. Quantos de nós estamos presos ao passado! Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos. O que estamos pedindo a Deus?
O pecado de Israel foi duplo: ingratidão e desconfiança. A ingratidão o levou a desejar voltar à condição de escravos.
Como vai sua memória. [Como foi bom na última quarta-feira, quando as pessoas recordaram livremente o que Deus lhes fez. Fez-me muito bem, especialmente acostumado a conviver com os problemas de nossos irmãos…]
A desconfiança levou Israel a ficar longe da bênção. Eles não comeram as codornas que Deus lhes preparara. Deus mandou que recolhessem o suficiente para comer, mas eles, desconfiados, encheram cestos e mais cestos.
Como estamos nos portando diante das bênçãos que nos oferece? Comdesconfianca?

4. Nossa visão de Deus pode ser curta, mas Deus:
a) atende a oração (vv. 2, 3). O castigo (em forma de fogo selvagem, que consumia as pessoas) viera pela desobediência, mas foi suspenso quando o povo pediu.
b) ensina a viver (vv. 16, 26-30), já que a maioria de nossos problemas decorre da falta de sabedoria. Moisés queria conduzir aqueles milhares de pessoas sozinho. Que carga você estará querendo levar sozinho? Quando Moisés devolveu a carga para Deus, Deus ensinou e capacitou Moisés a como fazer bem o que lhe cabia.
c) não muda quanto ao seu caráter para conosco: Ele promete grandes coisas (v. 18), confirma suas promessas mesmo quando duvidamos (v. 23) e as cumpre (vv. 24 e 31).

4. CONCLUSÃO
Não nos esqueçamos que o braço de Deus está estendido (não recolhido) para nós, como nos ensinava Jeremias 32.17
Ah! Senhor Deus! És tu que fizeste os céus e a terra com o teu grande poder, e com o teu braço estendido! Nada há que te seja demasiado difícil!

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